segunda-feira, 28 de abril de 2008

Tanta mentira...


Este texto andou a circular na net há já algum tempo.
Na altura, quando o li, achei-o fantástico.
Hoje redescobri-o e não resisto a reproduzi-lo aqui (ainda que ligeiramente adaptado à nossa realidade).

Danuza Leão:

«Quantas mentiras nos contaram; foram tantas que começamos bem cedo a acreditar e, ainda por cima, a achar que somos culpadas por sermos burras, incompetentes e sem condições para fazer da vida uma sucessão de vitórias e felicidades.

Uma das mentiras:

É aquela que defende que nós mulheres, podemos conciliar perfeitamente as funções de mãe, esposa, companheira e amante e, ainda por cima, ter uma carreira profissional brilhante.
É muito simples: não podemos.
Não podemos, quando nos dedicamos de corpo e alma ao nosso filho recém-nascido, que na hora certa de mamar dorme e que à noite, quando devia estar a dormir, chora com fome, não se consegue estar bem sexy quando o marido chega, para cumprir um dos papeis considerados obrigatórios na trajectória de uma mulher moderna: a de amante.
Aliás, nem a de companheira; quem vai conseguir trocar uma ideia sobre a poluição no planeta ou o aquecimento global, se saiu do trabalho e passou no supermercado rapidinho para comprar uma massa e um molho já pronto para resolver o jantar e, ainda por cima, está deprimida porque não teve tempo de ir arranjar o cabelo.
Mas as revistas femininas estão aí para convencer as mulheres – e os maridos – de que um peixinho no forno com ervas aromáticas e uma batatinha cozida al dente, acompanhado por uma salada e um vinho branco é facílimo de fazer – sem esquecer as flores e as velas acesas, claro, e com isso o casamento continuar com aquele toque de glamour fundamental para que dure por muitos e muitos anos.
Ah, quanta mentira!
Outra grande, diz respeito à mulher que trabalha; não aquela que faz de conta que trabalha, mas à que trabalha mesmo.
No início, ela até tenta ter cuidado com a roupa, usar sapatos de salto alto e estar sempre maquilhada; mas as ilusões acabam cedo.
Entre em qualquer local de trabalho pelas 4h da tarde e vai ver um monte de mulheres maltratadas, com o cabelo horrível, de cara lavada e sem um pingo de glamour.
Dizem que o trabalho enobrece, o que até pode ser verdade. Mas ele também envelhece, destrói e enruga a pele e, quando se percebe, a guerra já está perdida.
Não adianta: uma mulher glamourosa e pronta a fazer todos os charmes – aqueles que enlouquecem os homens – precisa fundamentalmente de duas coisas: tempo e dinheiro.
Tempo para hidratar os cabelos, tempo para ir à hidroginástica, para ter uma massagista que a relaxe; tempo para fazer musculação, alongamentos, comprar umas sandálias novas para o verão, tratar das unhas, fazer depilação, e dinheiro para tudo isso e ainda para pagar a uma excelente empregada, o que também custa dinheiro.
Felizes são as mulheres que têm 5 minutos, só 5 para decidir a roupa que vão usar no trabalho.
Mas há as outras, as que têm filhos já crescidos: essas, quando chegam a casa, têm que conversar com os filhos, saber como foi o dia na escola, procurar entender porque é que elas estão agressivas ou porque é que o rendimento escolar está baixo.
E há ainda as outras que, com ou sem filhos, ainda têm um namorado que se «porta mal» e sem o qual elas acham que não conseguem viver.
Segundo um conhecedor da alma humana só há 3 coisas sem as quais não se pode viver: ar, água e pão.
Convenhamos que é difícil ser uma mulher de verdade, mas ainda damos um jeito para sermos as melhores…
Parabéns a quem consegue fingir tudo isto…»

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá Bom Dia!

Olha, sabes o que é que eu acho? Que temos que parar de fingir. Parabéns nada! Temos é que começar a fazer as coisas porque queremos e nos dão prazer e por nos respeitarmos muito e gostarmos muito de nós próprias, e de saber que somos especiais, desgrenhadas ou com a depilação por fazer, porque o poder que temos está dentro de nós. Na nossa natureza. O poder e o dom de gerar vida, alimentar e amar incondicionalmente.A nossa intuição. É isso que nos torna super mulheres e não andar o dia inteiro em cima de saltos de 10 cm, a caminho do supermercado, da escola dos miúdos, do ballet e da natação e manter os ditos saltos enquanto despachamos o jantar, para o marido nos achar sexys quando chega a casa. Mas temos que ser nós as primeiras a sabê-lo, e daí vem o respeito e a admiração dos outros, sejam chefes, colegas ou maridos. E se eles não tiverem a sabedoria para apreciar isso, é uma pena. Para eles.Se deixam passar esse privilégio é porque não o merecem.Gostam de maquilagem e saltos altos e roupa impecável? Nós também, às vezes. Mas somos muito mais do que isso, sempre!

Beijinhos

Paula

mm disse...

vou levar-te um livro da Danuza!

Beijo